Floyd explica


(Por: Mariano Andrade)

Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise. Uma de suas proposições é o Complexo de Édipo, que tenta explicar o conjunto de sentimentos que os meninos desenvolvem pela mãe (e também pelo pai). Segundo Freud, a vivência do Complexo de Édipo está relacionada à formação do ego como estrutura do aparelho psíquico.

**

Roger Waters ainda era um bebê quando perdeu seu pai, morto em combate na Itália durante a II Guerra Mundial. Talvez por isso, Waters nunca tenha amadurecido psiquiatricamente, não viveu os dilemas do Complexo de Édipo e – se não desenvolveu o ego freudiano – tornou-se um sujeito de  egocentrismo doentio.

Waters viveu uma infância tranquila, apesar da ausência do pai, mas sempre insistiu em sugerir que havia sido um pobre infeliz. Seja em diversas letras das músicas do Pink Floyd ou, de forma mais gráfica, no filme The Wall. Talvez tenha sido resultado de tantas drogas na companhia do loucão Syd Barrett ou mesmo um mise en scène para se fazer de desajustado, especialmente após Barrett deixar a banda.

O fato é que, munido desse personagem, Waters compôs algumas canções brilhantes e uma penca de outras medianas (ao menos na opinião deste autor), o que foi suficiente para lhe garantir fama e fortuna. Embora Waters não tenha criado nenhum material musical relevante desde os anos 80, seu ego segue incontrolável e periga se tornar um “legado” maior do que seus discos.

**

Waters foi um crítico vocal da posição inglesa na Guerra das Malvinas em 1982. Ou seja, endossou a invasão argentina em território alheio. Pouco lhe interessou que a população das Ilhas Falklands desejava permanecer sob o regime inglês e repudiava a ofensiva argentina. Do alto de seus 38 anos à época, já se achava o dono da verdade. Um precursor do igualmente inútil Bono Vox.

Quando Waters deixou o Pink Floyd em 1985, assumiu que a banda acabaria. Haja ego. No entanto, David Gilmour e Nick Mason seguiram trabalhando na composição de material para um novo álbum da banda. Waters, então, empreendeu uma batalha legal para impedir o uso do nome Pink Floyd por seus ex-colegas "menos talentosos", mas felizmente perdeu.

Mais tarde, fez apologia aos palestinos, saudando sua resistência (soa familiar?) mesmo que esta envolvesse atos terroristas. Ganhou a merecida pecha de antissemita e até se prestou ao ridículo de pedir publicamente que alguns “artistas” brasileiros não se apresentassem em Israel, por ser aquele um estado fascista.

(Aliás, Waters tem fixação pelo termo “fascista”. Ele está presente em diversas de suas músicas, o que é até compreensível dada a morte de seu pai combatendo o exército de Mussolini na Itália. Contudo, Waters não foi um bom aluno e declarou repetidas vezes que não curtia a vida escolar. Está explicado: não prestou a devida atenção à aula de História e não aprendeu o que realmente foi a ideologia fascista. “We don’t need no education”... Será mesmo, Roger?)

**

O leitor pode pensar – esses episódios foram apenas "momentary lapses of reason". Não, Waters não participou desse álbum. Não houve nada de lapso e nem de momentâneo nessas ocasiões. Waters, na verdade, não tem nenhum bom-senso. Basta olhar para suas recentes egotrips:

Na sua última turnê, que inclusive passou pelo Brasil, Waters sentiu-se no direito de classificar políticos contemporâneos como fascistas e expor seus nomes nos telões que guarnecem os shows esperando que fossem “linchados” pelos gritos da galera. Haja ego! No Brasil, ainda projetou um #elenao (crime eleitoral...) e levou uma baita vaia. Não estava preparado e não entendeu nada. Roger, respondendo a umas das perguntas que você propõe em Mother: você não deve concorrer a presidente de nada, serias um completo desastre!

Waters vive confortavelmente, curtindo sua grana e ganhando polpudos direitos autorais sobre canções de outrora. Comfortably numb, na verdade. Waters está anestesiado do mundo real e a prova disso é o seu recente apoio à “democracia” de Nicolás Maduro. Parece mentira, mas não é: Waters defende o facínora que matou diversos opositores, levou a população a uma calamidade humanitária, rasgou a constituição, saqueou o país e que só se mantém no poder (agora, precariamente) corrompendo as forças armadas. Para quem repudia militares, Waters ignora que a Venezuela é o país com o maior número de generais – as generosas promoções foram a moeda de troca com a qual Maduro comprou a “lealdade” dos militares ao longo dos anos... Nem Freud conseguiria explicar um demente como Roger Waters.

A imagem abaixo resume o personagem ridículo em que Roger Waters se transformou. Uma rápida consulta ao site www.setlist.fm mostra que a última (e aparentemente única) passagem de Waters pela Venezuela foi em 2002. Por que não vai lá tocar de graça?


Roger, existem inúmeros idiotas como você. O Brasil mesmo está cheio deles. Roger, all in all, you’re just another brick in the wall.

(P.S. Um conselho – não volte ao Brasil em turnê. Seus shows serão tão cheios quanto o Live in Pompeii.)

Comments