Barbie e Suzy


(Por: Mariano Andrade)

Klaus Barbie foi um dos mais cruéis e sórdidos oficiais nazistas. Durante a Segunda Guerra Mundial, Barbie matou dezenas de crianças judias. Além disso, interrogava prisioneiros com espancamentos, amputações e afogamentos. Os métodos inumanos renderam-lhe a alcunha de “carniceiro de Lyon”.

Ao final da guerra, Barbie fugiu dos exércitos aliados e foi recrutado pelo serviço secreto americano, que o caracterizou como “um homem honesto que acredita ter sido traído pelo poder nazista”. Barbie foi peça-chave em diversas operações na América do Sul e, segundo alguns, foi um dos responsáveis pela captura de Che Guevara. Além disso, alguns historiadores acreditam que Barbie tinha fortes ligações com os cartéis de drogas da Colômbia, além de manter suas próprias atividades de tráfico e contrabando de armas.



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Suzy, o(a) prisioneiro(a) trans que foi entrevistado por Drauzio Varella no Fantástico, estuprou um menino de 9 anos, praticando com ele sexos oral e anal. Não satisfeito(a), Suzy estrangulou o menino até a morte e deixou seu corpo apodrecer por dois dias. Posteriormente, Suzy avisou a família do menino que “achava” que havia visto um corpo num terreno vizinho e, com essa simulação, pretendia escapar ileso(a) do episódio.

A matéria do Fantástico retratou Suzy como uma vítima da solidão no cárcere, merecedora de um caloroso abraço redentor do entrevistador. Em decorrência da matéria emotiva, Suzy passou a receber cartas e desenhos feitos por crianças, bem como chocolates e outros presentes.

A Rede Globo chocou a sociedade e deu mais um passo em direção à sua cova. A equipe global de jornalismo ou é extremamente incompetente – e não fez a diligência mínima sobre Suzy, ou intencionalmente quis glorificar um(a) criminoso(a). É difícil dizer qual dos dois males é menos virulento. Mas o fato é que, ao abraçar (com trocadilho) causas de minorias de forma insistente e sem manter a mínima decência, coerência ou diligência, perde audiência na maioria e caminha para um lamentável posto de tabloide.

Drauzio Varella tentou esquivar-se da polêmica com uma nota onde dizia ser médico e não juiz. Como médico, de maneira privada em seu gabinete, Drauzio pode atender assassinos, estupradores, carniceiros nazistas ou quem quer que seja – e deve fazê-lo com a melhor de suas competências, respeitando, pois, o juramento de Hipócrates.

Na ocasião da entrevista, Drauzio não clinicava. Ao contrário, atuava como jornalista e, portanto, responde solidariamente pelo conteúdo absurdo da matéria. Drauzio estava transmitindo à sociedade uma história pró-LGBT, usando como veículo um ser humano abominável. Foi tão irresponsável (ou cínico) quanto o oficial americano que classificou Klaus Barbie como um “homem honesto”.

Os EUA tinham um claro objetivo para Barbie – usá-lo como um valioso ativo durante os esforços de espionagem na Guerra Fria, e – para tanto – quanto mais “carniceiro” melhor. A reportagem da Globo foi cosmicamente azarada ao escolher exatamente Suzy para representar os LGBT “solitários na prisão” ou tinha o execrável propósito de relativizar um crime brutal em função da orientação sexual do criminoso – e, sob esse prisma, quanto mais “Barbie”, melhor?

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Suzy não recebe visitas porque sua família o(a) esqueceu. Envergonha-se das brutalidades que ele(a) cometeu.

Klaus Barbie foi ultimamente deportado para a França em 1983, e posteriormente condenado à prisão perpétua. Klaus Barbie morreu de câncer no cárcere em 1991 e não há notícia de qualquer programa televisivo que tenha retratado sua provável vida solitária na prisão ou de médicos que tenham ido render-lhe um abraço.

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Bons tempos onde Barbie e Susi eram apenas bonecas para as meninas de rosa brincarem.



Comments

  1. Nao falo mais nada...rsrs..vc tem que colocar isso para rodar, dá de 1000 nesses jornalistas!

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    1. Vou te contratar como empresário e pintar meu cabelo de azul. Bota o link lá no seu canal ;)

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