Lula livre

 

(Por: Mariano Andrade)

A entrevista de Lula no JN de 25 de agosto de 2022 foi uma bênção. Constatou-se a olhos vistos que LULA ESTÁ LIVRE, sem amarras, sem rabo preso, podendo falar as barbaridades que quiser e cair em todo tipo de contradição possível e imaginável. Pelos motivos errados, foi bastante informativa.

Não que isso seja mérito de bom jornalismo da Rede Globo. O papel de Bonner e Renata tem sido patético, verdadeiros "pastéis" num circo mambembe. No convescote com Lula, não colocaram o dedo em nenhuma das suas inconsistências, não pressionaram as perguntas das quais o candidato se desviou e não souberam extrair qualquer proposta concreta do programa de governo de Lula (se é que há alguma).

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A entrevista? Um festival de contradições para os mais atentos.

Lula: “Polarização é bom... todo lugar tem polarização, menos no partido comunista de Cuba e da China”. Lula, então Cuba e China não são “bons”? Seriam então ditaduras CQD?

Lula: “Não gosto de amigos no meu governo”. Lula, aí você ofendeu Dirceu, Genoíno, Genro, Dilma e até o falecido José Eduardo Dutra. Ficou até a impressão de que pode indicar Sergio Moro e Bolsonaro para comporem seu ministério.

Lula: “Eu gosto de deixar <eles> com a pulga atrás da orelha sobre a indicação para a PGR”. “Quando a gente fala as coisas que vai fazer antes, comete erros”. “Eu fui responsável pelo governo ser transparente, prezo pela transparência”. Pois é, vai explicar.

Lula: “Quando alguém faz coisa errada, a gente investiga”. Na verdade, a coisa errada é considerada errada de fato após o curso de uma investigação. Tipo tríplex, mensalão, sítio, etc. Compreendeu?

Bonner: “O senhor estimulou o <nós contra eles>”. Lula: “Isso é que nem torcida de futebol”. Lula: “Eu sei conversar, eu vou dialogar com o Congresso Nacional”. Será que Lula dialoga com a torcida palmeirense quando vai ao jogo do Corinthians? É esse o benchmark de diálogo de Lula?

Lula: "Tem que punir corrupção na empresa privada também, pune o empresário". Detalhe: o "empresário" no caso da Petrobrás é a União, cujo executivo-chefe era Lula. É impressão ou, de fato, Lula deu seu aval à lava-jato em cadeia nacional? Ato-falho, leia-se REDE nacional.

Bonner: “A Dilma errou na economia?”. Lula: “A Dilma é uma das minhas pessoas mais queridas”. Ué, não é que não punha amigos no governo?

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Além das contradições, Lula destilou tamanha raiva que seu rosto permaneceu vermelho durante toda a conversa. Desse estado quase colérico, brotaram alguns momentos que merecem atenção redobrada. (Detalhe - a imagem é das "considerações finais", momento em que o candidato dirige-se ao eleitorado. Observa-se a raiva com que Lula o fez.)


Militância – Lula menosprezou a militância quando indagado sobre sua postura intolerante e comportamento violento. Só faltou usar a expressão de Lênin, “idiotas úteis”. Quem cospe para cima...

Corrupção – Confrontado com o escândalo do mensalão, Lula pergunta se mensalão “é mais corrupção do que orçamento secreto". Ou seja, ao relativizar seus malfeitos, Lula mostra livremente que seu governo estará aberto a negociatas, esquemas e arranjos.  

Economia – “Brasileiro tem que voltar a comer churrasco e beber cerveja”. Nossas ambições como nação foram reduzidas a isso, segundo o Lulopetismo. A opção vegetariana é pão e circo.

Contas públicas – “Bolsonaro absurdamente limitou o auxílio emergencial a 31 de dezembro de 2022”. Claro, nada mais republicano do que não onerar o próximo mandato, já que as eleições são livres e não há – pasmem – ditadura. Fica a sutileza: Lula, para sair de um eventual 3º mandato mais popular do que Cristo, quem sabe vai onerar um, dois, dez, cinquenta mandatos futuros com programas tresloucados e impagáveis de transferência de renda.

Agronegócio - Lula deixou claro que apenas os "empresários fascistas" do agronegócio preferem Bolsonaro a ele. Prenúncio de sectarismo e uso de dinheiro público para fomentar as empresas de seus ungidos... os outros empresários que se virem para concorrer com os campeões nacionais.

Inveja – “Alckmin é muito esperto, fez um discurso tão bom que foi aplaudido de pé, fiquei com inveja”. Sim, Lula é invejoso. Afinal, ele “é o cara”, ele tem que ser o centro de tudo. “Nunca antes na História desse país...”, fez questão de dizer ao vivo. Culto à personalidade leva a ditadura.

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É inacreditável que ainda haja brasileiros que fecham os olhos para isso tudo.

Lula pode continuar livre e raivoso vagando por aí. O importante é que fiquemos LIVRES DE LULA.


(Nota do autor: As aspas não são literais, pois faltou estômago para assistir mais uma vez ao espetáculo grotesco).

Comments

  1. Só pelo "convescote " já valeu a leitura!😛

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  2. E não foi? Globo patética. Renata uma vergonha para o csa1989, rivalizando com Molon

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