“Nenhuma quantidade de evidência irá persuadir um idiota”
(atribuído a Mark Twain)
Há pessoas que insistem em ficar sempre do lado errado da
História. Exemplos abundam em diversos métiers: "artistas" brasileiros aos borbotões, "estudantes" mundo afora, Sean Penn, Jimmy Carter, e por aí vai.
A internet e as redes sociais ajudam a identificar essas lamentáveis
figuras. São repositórios de asneiras, trapalhadas, inconsistências e vergonha
alheia dessa turma. E, sempre que algum evento importante vem à tona e as
opiniões são divididas, essas figurinhas estão lá, tentando marcar mais um
ponto para o lado negro da força.
**
Os trágicos ataques terroristas perpetrados pelo Hamas sobre
Israel certamente representam um marco histórico. Mais de 1000 judeus morreram
em um fim de semana – compare-se com os cerca de 2500 que perderam suas vidas
na guerra do Yom Kippur em 1973. Como bem colocou o ministro das relações
exteriores de Israel, proporcionalmente às populações, é como se acontecessem dez
ou mais 9/11s em um único dia nos EUA.
E os idiotas de plantão aparecem, indefectíveis, defendendo
o Hamas, sustentando que são guerreiros da liberdade, oprimidos, escravizados,
resistência. O Hamas decapitou bebês, desfilou com corpos mortos de mulheres
estupradas, queimou pessoas, está tudo documentados em vídeos e imagens que dão
um embrulho na barriga de qualquer pessoa normal. Salvo engano, nem os nazistas
cometeram barbárie tão gráfica. Para os dementes que defendem o Hamas –
confundindo o povo palestino, na sua maioria pacífico, com o grupo terrorista –
trata-se de atos legítimos contra a opressão israelense. Já houve tempo em que
os moralistas eram menos imorais...
**
Idiotas sempre vão existir e, como diz a máxima que abre o
texto, nenhuma quantidade de evidência é capaz de persuadí-los. O que não se
pode admitir é a ABERRAÇÃO de o governo brasileiro oficialmente usar de
eufemismos (“combatente”, “falecimento”) e de neutralidade no cenário atual. Nossos "líderes" são uma vergonha, verdadeiras
aberrações. Mesmo a turma mais “nutella” da política ocidental (Macron, Biden,
Trudeau) se posicionou com veemência contra a barbárie jihadista e legitimando
o direito de defesa de Israel.
Transformar atos bárbaros de guerra em uma discussão "direita x esquerda" é ofensivo, idiótico e repugnante. Fazê-lo através de canais oficiais é aberração. Celso Amorim mostra que os “cala-bocas” que já levou de Israel em outras oportunidades em que se voluntariou para mediar negociações não lhe serviram de lição. Lula da Silva repete o recente papelão de qualificar a ditadura de Maduro como “uma narrativa”. Nanismo diplomático se constrói assim, mas, para os incautos, “o Brasil voltou”.
O Brasil, do alto da presidência temporária (ufa!) do Conselho de Segurança da ONU, incorpora o marceneiro que dá "orçamento para não pegar a obra", propondo obviedades vazias sem qualquer valor prático: "temos que viabilizar um corredor humanitário". Ou, dirigindo-se ao "líder" do Irã: "temos que evitar o sofrimento de crianças, mulheres e idosos". Love has won!
Uma das “justificativas” frequentes para a aberração a céu aberto é que
Israel “escraviza” o povo palestino há várias décadas.
**
O governo petista e suas rêmoras parecem não entender o que
é escravidão. E tampouco tentam buscar contexto histórico.
O excelente livro “Armas,
germes e aço” de Jared Diamond termina com o magistral capítulo “Por que a África é negra?”. O autor
mostra que os negros africanos (é o termo utilizado no livro, e não o "preto", ora entendido como politicamente correto), ao longo dos tempos, aniquilaram as demais
etnias presentes no continente, obviamente passando por períodos em que as
escravizavam. Há diversos documentos históricos que mostram que, quando da
promulgação da Lei Áurea, um contingente relevante dos escravos pertencia a
senhores pretos (estima-se algo como um terço!). Escravidão não tem dono – o opressor
já teve diversas etnias, religiões, origens territoriais/geográficas ao longo da História. Há que
se sair do mimimi e levar a sério o termo, bem como todas as discussões que
dele derivam (dívida histórica, sistema de quotas, e outros que merecem artigos
dedicados).
Trabalho escravo havia nos campos de concentração nazistas.
Judeus, negros e homossexuais eram forçados a trabalhar. Não podiam dizer “não”,
não podiam ir e vir, a alternativa era levar um tiro. Os palestinos não são
escravizados por Israel – muitos saem diariamente de suas casas em Gaza e, por
vontade própria, vão trabalhar em Israel em troca de remuneração e retornam
ilesos aos seus lares. Isso é escravidão? (Pergunta – esses trabalhadores também
poderiam cruzar a fronteira do Egito numa frequência diária se lá houvesse
empregos mais rentáveis?)
Israel fornece água, energia e telecomunicações a Gaza. Que
maneira incompetente de escravizar um povo, meu D’us!
**
Mas, nosso governo despreparado e de pessoas ineptas resiste
a toda e qualquer evidência. Façamos uma breve digressão por um tema mais corriqueiro: o Uber.
O ministro Luiz Marinho classifica o Uber como escravidão
para o motorista parceiro. Mais uma aberração, obviamente que sem o mesmo peso
do conflito no Oriente Médio, mas que ilustra a facilidade com que se torturam
vocábulos e conceitos. Se o motorista (i) cadastra-se voluntariamente na
plataforma, (ii) pode se descredenciar a qualquer tempo, (iii) escolhe os horários
e dias em que trabalha, (iv) pode escolher seu carro de trabalho, (v) tem a
capacidade de recusar corridas, (vi) pode ter outras atividades profissionais,
inclusive com vínculo empregatício, é realmente patética qualquer analogia a
escravidão.
A justiça do trabalho de SP já proferiu sentença obrigando o
Uber a reconhecer vínculo empregatício. Peraí – é emprego ou escravidão? A
sentença é ridícula e inexequível: a Uber, capitalista malvada que absurdamente
não está no ramo da filantropia, certamente sairia do país, frustrando vários “escravos”
que dali tiram sua renda.
Pergunta – taxista também é escravo? Afinal, a justiça do
trabalho não obriga as prefeituras a ter vínculo empregatício com os taxistas,
embora eles não possam (oficialmente) recusar corridas, por exemplo. Aliás, os taxistas são escravizados pelas
prefeituras: são obrigados a usar carros com cor pré-determinada, haja opressão.
O exemplo mundano serve para ilustrar o ridículo ao qual se
chega pelo abuso de chavões. A banalização do vocabulário multiplica idiotas e gesta aberrações. Seria método?
**
Há diversas outras terminologias que foram distorcidas e
retorcidas desde que os ataques terroristas iniciaram. Resistência,
colonização, guerreiros da liberdade, e por aí vai.
Já passou da hora de a sociedade empregar os termos fortes e
definitivos de maneira apropriada e exterminar a doença do “politicamente
correto”. Não se podem usar adjetivos como genocida, fascista, racista,
misógino ou homofóbico simplesmente por não simpatizar com alguém ou com suas
ideias.
Da mesma forma, não se pode qualificar como resistência um
grupo que extermina bebês, invade casas e sequestra famílias. Tampouco de guerreiros
da liberdade.
Palestino é palestino. Terrorista é terrorista.
Falecimento é falecimento. Execução é execução.
Resistência é resistência. Estupro é estupro.
Escravo é escravo. Uber é uber.
Idiotice é idiotice. Aberração é aberração.
Comments
Post a Comment