(Por: Mariano Andrade)
No meio de
uma séria recessão, onde a solução para o problema fiscal do país passa
necessariamente por voltar a crescer o PIB, o governo enfia mais um imposto
goela abaixo da classe média. O FGTS para empregados domésticos é um aborto da
natureza, só mesmo uma administração irresponsável como a do PT poderia
implementar uma barbaridade tamanha. E no pior momento possível.
O empregado
doméstico, como o nome diz, trabalha num domicílio. O domicílio é sustentado
por trabalhadores, a maioria deles assalariados de classe média. Toda vez que o
governo aumenta encargos trabalhistas, achata a renda discricionária dos
domicílios que empregam cozinheiras, faxineiras, jardineiros, babás e outros
profissionais. No limite, a renda familiar torna-se insuficiente e o funcionário
tem que ser demitido ou ficar na informalidade se quiser manter o emprego.
(Isso sem falar no aumento da conta de luz, aquela que a presidente garantiu
que não ia subir... pelo jeito ela não conseguiu estocar vento suficiente...)
O ponto não
é se o empregado deveria fazer jus ao FGTS ou não. Mas sim o fato de que as
empresas (ou boa parte delas) conseguem repassar para o preço de seus produtos e
serviços os aumentos de custos oriundos das barbeiragens do governo. Um
domicílio, no entanto, não tem esta capacidade. Não é possível para um assalariado
pedir ao seu chefe um aumento de salário de forma a absorver o incremento de
custo.
As empresas gozam de diversas flexibilidades que um domicílio não tem, como por
exemplo acessar empréstimos a taxas camaradas (com trocadilho) no BNDES. Portanto, querer equiparar trabalhadores domésticos aos de empresas é mais uma idiotice populista que trará efeitos colaterais danosos à nossa combalida economia.
Fazer justiça
social com (mais) dinheiro dos outros é falácia. O e-social vai gerar
desemprego, informalidade e mais recessão. O ódio do PT à classe média vai
estourar na mão dos trabalhadores domésticos.
Para coroar
a empreitada, o governo exigiu o cadastro on-line
dos empregados numa plataforma que simplesmente não funciona, escancarando sua
incompetência 360 graus. No país recordista de homens-hora anuais necessários paraquitar as obrigações fiscais, eis que o governo entende que nossa “liderança”
não é suficiente e faz força para se distanciar do segundo colocado em
ineficiência, a poderosa Bolívia. O número de horas que as famílias já gastaram
– sem lograr sucesso – para registrar seus funcionários no e-social é o retrato
da nossa eterna aceitação da ineficiência. Somos o país das filas, carimbos,
repartições, certidões, etc.
Como já
dizia Raul Seixas, “Plunct-Plact-Zum não vai a lugar nenhum”. Não vamos mesmo.
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