Por: Mariano Andrade
(Este artigo foi escrito à época das
demonstrações "pró-Dilma" ocorridas em 13 de março de 2015, também
uma "sexta-feira 13". Na ocasião, não foi publicado. Aproveito o
ensejo desta "sexta-feira 13" para postar o texto. Uma pena que as
manifestações "pró-decência" tenham perdido força no ínterim e que
Jason Inácio ensaie mais uma ressurreição.)
Sexta-feira 13 recheada de manifestações pró-Dilma: a bandeira reciclada
e cansada do PT combina muito bem com a data. Afinal, “Sexta-feira 13” é,
também, a série de filmes mais contrangedora que já foi produzida. Não só pelas
infindáveis sequências, mas também pelas maneiras inverossímeis e fantasiosas
pelas quais Jason ressuscita. Parece o PT.
Durante a campanha eleitoral de 2014, o PT culpou a “crise internacional”
pela piora da economia. Seria aquela crise já distante de 2008-09, da qual os
Estados Unidos saíram fortalecidos e com economia hoje pujante? A tal “crise” é
como o Jason que nunca morre: quando as coisas vão mal, a “crise” está sempre
lá, vivinha, servindo bem ao discurso do PT, que não tem competência para
produzir um filme melhor para os brasileiros.
Nos atos pró-Dilma da sexta-feira 13, pediu-se reforma política. Segundo
o enredo da atual sequência 38 (ou seria 39, tal qual o número de ministérios?),
a corrupção só pode ser eliminada se houver reforma política. Ou seja, só
existe corrupção pois o meio é permissivo. Os mensaleiros e petroleiros não
cometeriam “malfeitos” se o sistema político fosse adequado. Alguém lembra do
primeiro filme Sexta-feira 13 e do porquê de Jason ter virado um assassino? As
38, 39, 40 continuações sangrentas da saga ocorreram porque o coitadinho não
estava inserido num contexto adequado.
O Jason do filme usa uma máscara furadinha ridícula e carrega um facão
ensanguentado. Só falta o boné do MST para integrar o exército do Stédile.
Seria do alto escalão.
O eleitor do PT tapa o sol com a peneira. Podia usar a máscara do Jason
e seus furinhos. Acredita em salvador da pátria, em fada-dos-dentes, em
coelhinho da Páscoa, todos eles disfarces de Jason. Não quis enxergar que
estava sendo conduzido a um estelionato eleitoral em 2014. Afinal, Dilma
prometeu que não subiria juros, que a inflação estava sob controle e que o
Brasil ia crescer.
Os políticos lulopetistas também usam máscara – escondem-se em qualquer
desculpa conveniente, dizem que impeachment é golpismo (não era no Fora
Collor), aliam-se com quem interessa ao plano de poder. Dilma iludiu a
população com essa máscara nas eleições de 2014, mas em poucos meses ela já
caiu. É então que o PT exibe suas armas – as ameaças, o facão
ensanguentado. E busca uma nova maneira inventiva de ressuscitar.
O partido tão fiel aos seus ideais – “vamos calotar a dívida externa”,
“vamos acabar com o lucro dos bancos”, e outros brados retumbantes – mostrou-se
um Jason imortal nestes cruéis 12 anos de governo. A cada escândalo ou
“malfeito” ressurge como “partido da ética”, “partido que investiga”, ”partido
progressista” – é o “nunca antes na história”. Funcionou em todas as sequências
do filme nos últimos 12, quase 13 (número maldito) anos.
Nos patéticos filmes de Jason, a mocinha sempre tem a brilhante ideia de
tomar um banho tranquilo à noite em uma casa abandonada, apesar de vários
amigos já terem sido vitimados pelo assassino impiedoso nas imediações. O
eleitor brasileiro foi a mocinha do filme que passou em 2014. E, se persistir
alheio ao banho de sangue que os Jasonpetistas estão promovendo nas nossas
empresas estatais, na nossa infraestrutura e na nossa credibilidade, a série de
filmes pode finalmente acabar: não sobrará nada! No ritmo atual, pode acabar
antes de 2018.
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