(Por: Mariano Andrade)
Quem dera
sofrêssemos de alergia. Alergia a políticos corruptos, discursos populistas,
candidaturas messiânicas. Se fosse assim, o Rio de Janeiro teria alguma
esperança de – aos poucos – limpar a imundície que toma conta do poder público
fluminense.
Nesse caso,
poderíamos espalhar uma epidemia alérgica pelo Brasil todo, ajudando a extirpar
as figuras podres que dominam a política em outros estados e cidades. Dessa
forma, o país teria alguma chance de dar certo.
Mas os eleitorados fluminense e brasileiro padecem de outro mal: alerjia. É uma doença gravíssima que
atrai o indivíduo para aquilo que lhe é nocivo – é como no dito popular “mulher de malandro
gosta de apanhar”. O paciente alérjico tem espamos involuntários de repúdio à
sua condição, achando aquilo tudo “um nojo”, mas isso logo passa.
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A podridão
da Alerj e da cena política do Rio de Janeiro não se instalou na calada da
noite. Não houve golpe de estado ou luta armada. Todos os parlamentares que lá
estão entraram pela porta da frente e à luz do dia, afinal foram escolhidos pelo voto direto... e muitos deles foram agraciados com diversos mandatos ao
longo das últimas décadas.
Alguém
poderia protestar: – Isso é culpa da
nossa jabuticaba eleitoral, pois apenas 5 dos 70 deputados da Alerj foram
eleitos com votos próprios em 2010, por exemplo. Sem tirar o mérito da
crítica, há que se lembrar que, dentre esses cinco, figurava a nobre deputada
(agoral federal) Clarissa Garotinho. Aiiii, doeu...
Um, dois,
três, quatro, cinco, seis, sete. Seria a Alemanha nos atropelando? Não, é
Cidinha Campos que está no seu sétimo mandato consecutivo, dois como federal e
cinco na Alerj.
Cabralzinho
era considerado um baita governador, foi reeleito no 1º turno com 66% dos votos
(e sem a jabuticaba), às vésperas de suas falcatruas começarem a ser desnudadas. E, quem diria, fez seu sucessor. Tanto se fala de legado por aqui, eis portanto o legado de
Cabral: um pezão na nossa bunda.
Ou seja: não
adianta o eleitor do Rio de Janeiro se enojar de Picciani e companhia, pois a gangue
está lá pelo poder que emana do povo. E que povo teimoso, igual a mulher de
malandro. Elege e reelege, gosta mesmo de apanhar. Alerjia braba essa nossa.
Somos uns porcalhões votando. E depois temos nojo da nossa própria excrescência.
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Que bom que
teremos eleições em 2018. Munidos de nossa revolta, vamos expulsar a gangue que
destruiu nosso estado e colocar gente nova ali. #SÓQUENÃO... Alguém quer
apostar que Clarissa e Cidinha serão reeleitas? Ou que ao menos 25% da Alerj
renovará o mandato? Atchim!!!!
E, quem
sabe, tudo isso será coroado com Romário no governo. Pode isso, Arnaldo?
Tomara que Bernardinho “peça tempo” para organizar essa bagunça. Do jeito que está, o Rio de Janeiro segue em "viagem ao fundo do mar" e precisa de um comandante para sacar um "jornada nas estrelas".
Tomara que Bernardinho “peça tempo” para organizar essa bagunça. Do jeito que está, o Rio de Janeiro segue em "viagem ao fundo do mar" e precisa de um comandante para sacar um "jornada nas estrelas".
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