(Por: Mariano Andrade)
“Um povo que não conhece a sua
história está condenado a repeti-la” (Edmund Burke)
O museu
mais visitado do Brasil é o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Trata-se de um
prédio com arquitetura arrojada – embora de gosto discutível – e sem acervo
algum.
Apesar do
conteúdo praticamente inexistente, hordas de jovens “culturamente engajados”
visitam o “museu” para tirar uma boa dose de selfies e postá-las nas redes
sociais. São quase um milhão e meio de visitantes por ano, contra cerca de 500
mil do MASP, para desgosto de Cândido Portinari e Anita Malfatti.
Com esse
retrospecto, não era de se esperar que a juventude brasileira capturasse a
magnitude da tragédia que foi o incêndio do Museu Nacional e a destruição de
muitas de suas preciosas peças e coleções. Ainda assim, mesmo munindo-se das
piores expectativas, não houve como não se surpreender pela baixeza com que
autoridades e populares se comportaram.
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Diante do
luto de historiadores, museólogos e brasileiros em geral, viu-se um lamentável
empurra-empurra de culpa. Os quadros da UFRJ nem por um momento esboçaram
tristeza ou arrependimento pelo que ocorreu, ao contrário foram rápidos em jogar
mais lenha na fogueira e criticar o corpo de bombeiros ou Michel Temer. Os “gestores”
da UFRJ, aqueles que sequer conseguem manter as instalações universitárias em
mínimas condições de uso ou garantir segurança de alunos e funcionários, apressaram-se
em se eximir de qualquer responsabilidade no incêndio. É o erro que será
repetido ad nauseam: o brasileiro
nunca tem culpa de nada, é sempre a crise internacional ou o capitalismo
opressor.
Ato
contínuo, vimos a esquerda usar a tragédia como trampolim político. O que
esperar de gente que tenta se alavancar até mesmo em velório de familiar?
Observariam algum luto por múmias, fósseis ou fotografias antigas? Não, pois sempre
são ignorantes ou levianos.
Sim – por
definição, aqueles que defendem ideias muito à esquerda só podem ser ignorantes ou levianos.
Ignorantes se não conhecem a História e não têm condições de verificar que
todos os regimes comunistas falharam. Levianos se conhecem a História e o
resultado miserável de todos os regimes de esquerda, mas se beneficiam como
nababos da enorme desigualdade que deles advém.
(O leitor
pode até pensar: há também os sonhadores e idealistas, aqueles que genuinamente acreditam
que no Brasil será diferente. São, na verdade, nostálgicos, ingênuos, burros ou qualquer
subconjunto dos ignorantes. Os “artistas” e “intelectuais”, por sua vez, ocupam
a segunda categoria, estejam eles radicados em Paris, na Bahia ou qualquer canto)
Depois de o
fogo consumir o Museu Nacional, do lado dos levianos houve diversos políticos
discursando contra o governo golpista e tentando expô-lo pela tragédia. Esses
políticos hipócritas bem sabem que o Presidente da República nada tem a ver com
a gestão da agenda do museu – ou será que Dilma deixara o prédio tinindo de
novo em 2016?
Do lado dos
ignorantes, vários vídeos disponíveis na internet retratam situações patéticas
protagonizadas por jovens esquerdopatas nas imediações do museu no dia seguinte
ao incêndio. Um membro da família real foi ofendido com gritos histéricos de “fascista!”
apenas por ter Orleans e Bragança em seu nome. Um participante de uma corrente
monarquista foi agredido com pedradas tão somente por estar portando a bandeira
do império. A turma de esquerda que tanto prega tolerância mostra sua
verdadeira índole.
Dentro do
conjunto de ignorantes, houve aqueles que se superaram. Alguns, pasmem,
comemoravam a destruição do museu e da coleção que “representava um período de
regime escravizante e opressor”. É inacreditável, mas isso realmente aconteceu.
Esses debilóides seguramente pensam que o verde da nossa bandeira representa nossas florestas
e o amarelo o nosso ouro. Mas quando portam a bandeira nacional ou vestem a
camisa da seleção estão, na verdade, ostentando as cores da Casa de Bragança e
da Casa de Habsburgo. Os levianos sabem perfeitamente o que representam as
cores da nossa bandeira, e por isso insistem em levantar flâmulas vermelhas e
descaracterizar nossa herança.
Os
ignorantes que cantam o Hino Nacional com mão no peito e a plenos pulmões não desconfiam
que a música foi composta na década de 1830, durante a vigência do império. E
seguramente não se dão conta de que celebram – logo no primeiro verso – o brado
de independência protagonizado pelo primeiro imperador do Brasil, sem que haja como
contrapartida qualquer menção republicana na longa letra do nosso hino. Aos
levianos, os traços imperiais do hino não passam desapercebidos, por isso preferem
entoar canções comunistas decrépitas com uníssono de suas massas de manobra ou vinhetas
ridículas que pedem o fim da polícia militar.
Certamente
os ignorantes não têm noção de que a república brasileira é resultado de um
golpe. Um golpe militar, misógino, xenófobo, capitalista e escravagista. Militar porque os
militares foram o conduíte do golpe idealizado pelos positivistas. Misógino
porque parte da urgência republicana era explicada pelo fato de uma mulher ser
a herdeira do trono. Xenófobo porque a futura rainha era casada com um francês e
temia-se que ele seria a eminência parda de um eventual Terceiro Reinado.
Capitalista e escravagista porque o impulso final ao movimento republicano foi
uma retaliação dos empresários do café à Lei Áurea, promulgada apenas um ano
antes e considerada por eles um imperdoável confisco de propriedade privada. Portanto,
quando os millennials boçais cospem na
monarquia, estão inadvertidamente apoiando tudo o que dizem desprezar. Os
levianos, por sua vez, certamente sabem que D Pedro II era um abolicionista e
que a monarquia brasileira não foi uma ditadura, tanto assim que o imperador
não conseguia apoio político suficiente para libertar os negros. Para os
levianos, quanto menos a massa conheça a respeito das virtudes de uma monarquia
constitucional, melhor.
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Os regimes
de esquerda são como o Museu do Amanhã: uma embalagem interessante mas sem qualquer
conteúdo. Se nossos jovens continuarem priorizando este tipo de proposta e queimando
nossa História, repetiremos os mesmos erros do passado, tal como profetizou
Burke. Teremos novamente um longo regime de escravidão, a única diferença serão
as cores: os escravos serão de todas as etnias, os senhores serão vermelhos e
nossas liberdades serão cinzas espalhadas pelo chão.
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