Fecho com Freixo


(Por: Mariano Andrade... e, infelizmente, baseado em fatos reais)

O pequeno empresário do setor de construção e incorporação finalmente havia conseguido uma reunião com uma das líderes do mercado carioca. Estava ansioso para expor suas ideias e projetos – dali poderia surgir uma excelente parceria que alavancaria seus negócios e mudaria sua empresa de patamar, criando oportunidades e empregos.

Foi recebido pela principal executiva e acionista. Ela o ouviu pacientemente e também deu valiosas sugestões aos projetos apresentados. Tudo caminhava muito bem, certamente fariam negócios juntos, gerando riqueza na cidade e criando centenas de postos de trabalho, diretos e indiretos.

O pequeno empresário, mantendo seu compromisso com a transparência, fez questão de pontuar alguns riscos: “Minha cara, sabemos que haverá eleições ano que vem, podemos ter uma reviravolta na prefeitura e aí poderemos enfrentar diversos riscos...”. Antes que pudesse completar seu raciocínio, ouviu da outra: “Eu fecho com o Freixo!”.

Ficou atônito. “Como?”, pensou. Recompôs-se e voltou a argumentar: “Veja, se isso acontecer, é provável que caminhemos para uma piora da violência, afinal ele defende o fim das polícias e do encarceramento". Continuou: “Nesse caso, teremos desvalorização dos imóveis e...”. Não pôde completar – “Você não entendeu, meu jovem. Eu fecho com Freixo!”.

“Caramba”, pensou ele. Nunca imaginara encontrar essa situação. Aquilo que lhe parecia um risco-chave para a atividade empresarial na cidade era um cenário auspicioso para sua interlocutora? “Veja, não tenho metade de sua experiência, mas a atividade econômica certamente cairia, os roubos de carga aumentariam e muitas empresas deixariam a cidade”. Pegou um pouco de ar. “Os projetos que apresentei teriam lucratividade muito pior, ou – quem sabe – poderiam até ser inviabilizados”.

“Eu concordo”, respondeu-lhe a bem-sucedida empresária. “Você não me entendeu. Se tivermos esse desfecho eleitoral, infelizmente não faremos negócios juntos. Eu fecho a empresa. Eu fecho as portas!”

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É incrível que tenhamos chegado a este ponto: ventila-se uma chapa Freixo e Benedita. 

O PSOL é o partido que defende projetos absolutamente toscos, como o banco de fomento municipal que – mesmo aprovado no legislativo – nem saiu do papel porque obviamente não há capital disponível para ele. Não fomentou nada, só consumiu dinheiro do contribuinte em diversas sessões na Câmara Municipal que poderiam ter sido destinadas a matérias com alguma relevância. O PSOL é muito discurso e zero realização.

Trata-se de um partido que não tem ideias. O PSOL apenas cria factoides e os aplica no discurso contra banqueiros, empresários, policiais, militares, Israel e contra todos. O modus operandi é propor utopias que o mundo todo já descartou ou que pressupõem níveis de tributação e gastos públicos sem precedentes na era contemporânea. E, claro, culpar as elites malignas pela dificuldade de implantá-las. A plateia desse teatro? Os suspeitos de sempre: "estudantes", "artistas", "intelectuais", "professores" – personagens habituais dos artigos deste blog, que não lhes poupa as devidas aspas.

O PSOL e seus integrantes, não faz muito tempo, vinham a público defender que a Venezuela é uma democracia. Sim, enalteciam um regime que gerou fome, miséria e êxodo em massa e que pouco depois arremessaria carros blindados sobre seu povo... Haja tolerância! Evoluíram: antes defendiam black blocs. Agora defendem pancadaria fardada, mas só ser for bem longe daqui. Os militares do Maduro são heróis, os nossos são vilões.

Não menos importante, a proposição de Benedita como vice-prefeita é um total escárnio com o carioca. Já se mostrou inepta como vereadora, senadora, deputada, ministra, secretária, vice-governadora e governadora. Ah, mas talvez como vice-prefeita ela encontre sua real vocação! Provavelmente dez entre dez cariocas serão incapazes de apontar algo relevante que Benedita tenha concretizado. Seu maior legado é o slogan de campanha, este sim "pegou": "negra, mulher e favelada". Quando o currículo não traz qualquer realização, o jeito é apelar para o sectarismo. (Pasmem, não foi Bolsonaro que inventou esta estratégia!)

Uma pausa: como o Rio de Janeiro, cidade ou estado, é capaz de votar tão mal e insistir em fazê-lo?

Freixo tem bom apelo juntos aos jovens (afinal, só a idade traz a experiência e a auto-reflexão... pelo menos para alguns...) e aos encostados do Rio de Janeiro, aquela cauda geracional que ainda não superou o fato de a capital ter-se mudado daqui. É a conhecida "vanguarda" carioca, sempre a mesma turma de desocupados que corre para ser a primeirona a apoiar as ideias mais esdrúxulas, tortas e estapafúrdias.

Mas a realidade é uma só: para aqueles que de fato produzem e geram riqueza, as pautas do PSOL são desastrosas e levariam a cidade ao fundo do poço. Ou será que alguém pensou em se mudar para o Espírito Santo, ou lá empreender, quando a polícia capixaba entrou em greve?

Com Freixo, o Rio vai fechar.



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